10/05/2021 – Produtos considerados básicos para atendimento aos doentes, como luvas, máscaras, lençóis, copos e fraldas geriátricas estão acabando no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES). A denúncia é de trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) lotados na unidade.
A reclamação não é nova. Em dezembro de 2020, eles realizaram um protesto no local exigindo alguns desses mesmos itens e alertando para as deficitárias condições de segurança e até mesmo de limpeza do hospital. Essas questões, segundo os trabalhadores, comprometem diretamente a prestação de serviços, além de representarem uma ameaça para a vida dos pacientes, médicos, enfermeiras, auxiliares ou do pessoal administrativo e da equipe multidisciplinar, de todos que atuam no Complexo Hospitalar e não podem fugir às suas responsabilidades.
Para a categoria, a deficiência pode ser explicada pela falta de recursos que asfixia boa parte do serviço público no Brasil, em especial as Universidades Federais, como a UFBA, a que o HUPES é vinculado, mas não é só isso. Falta transparência e diálogo com os trabalhadores. Há deficiências de gestão também, já que a crise afeta apenas o HUPES e não chegou à outra unidade da EBSERH, a Maternidade Climério de Oliveira.
A Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (DADT), que coordena a implantação das ações de apoio diagnóstico e terapêutico disponíveis na instituição ficou por quase seis meses sem chefia em 2020. Quando tomou posse, não houve o devido período de transição, fator que dificultou a continuidade de diversas ações, como a de coordenar as atividades multiprofissionais de saúde inerentes à divisão.
Profissionais de enfermagem também manifestaram preocupação diante da possibilidade de mudança no dimensionamento da equipe das unidades de terapia intensiva de adultos. Eles advertem que o quantitativo e o qualitativo de enfermeiros interfere diretamente na segurança e na qualidade da assistência ao paciente. Alertam ainda que o atual quadro de enfermeiros deve ser analisado sob a ótica da vigência da contratação temporária, fato que interfere substancialmente em qualquer decisão acerca do dimensionamento, uma vez que, conforme as normas da EBSERH, a contratação busca a complementação da força de trabalho.
Depois de ouvir os trabalhadores e trabalhadoras, o SINTSEF-BA pretende levar as.denúncias à gestão do HUPES, na busca de uma solução. Em meio a essa crise local, a categoria está mobilizada em torno de um impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho da EBSERH 2020/2021. Um indicativo de greve nacional foi aprovado, com previsão de início já na próxima quinta-feira, 13/05. Fiquem atentos (as) e nos acompanhem para novas informações.