26/08/2020 – Nesta sexta-feira, 28 de agosto, quando o SINTSEF-BA completa 31 anos de resistência, lutas e conquistas, a festa ficará para depois. Não que as mais de três décadas de atuação de uma entidade sindical não mereçam ser comemoradas. Longe disso. Mas como pensar em celebrar qualquer coisa hoje à sombra dos mais de 115 mil mortos confirmados e o registro de mais de 3,6 milhões de infectados pela Covid-19 no Brasil? Para uma entidade que sempre se pautou pela defesa intransigente da vida e direitos dos trabalhadores e seus familiares, o respeito a essas vidas perdidas é o mínimo a ser oferecido neste momento.
Em sua trajetória vitoriosa, o SINTSEF-BA procurou estar do lado das forças democráticas comprometidas com a defesa do serviço público, além da luta por um mundo mais justo e solidário. Assim atuam a central sindical (CUT), confederação e federação (CONDSEF/FENADSEF) a que estamos filiados e as entidades que as compõem. Ou instituições como o DIEESE, nascidas da própria iniciativa do movimento sindical brasileiro. Sem esquecer os movimentos sociais e populares, além de outras parcerias, que buscam equilibrar as desigualdades de forças políticas na sociedade, capacitando os trabalhadores e seus representantes a pensar e intervir em assuntos relacionadas a emprego, renda, negociação coletiva, desenvolvimento, políticas públicas, entre outros, que interferem direta ou indiretamente em sua vida.
Informação e formação – As “armas” com que lutamos nessa guerra contra a intolerância, a truculência e a desumanidade dos nossos oponentes, representados pelo governo Bolsonaro e seu grupo de apoiadores, são bem distintas: informação e formação. A primeira é necessária para mudar a narrativa vigente imposta pelos grandes grupos midiáticos e pelas “fake news”. A segunda é fundamental para, conforme propõe o projeto de formação continuada da CUT, convidar o(a) trabalhador(a) para refletir sobre sua própria situação histórica, criando pontes entre passado e presente, produzindo uma discussão crítica da conjuntura para melhor entender e reconhecer as raízes do autoritarismo brasileiro e da atual maré conservadora em que “surfa” o Brasil.
Exatamente como agora, na ideia de retorno à “normalidade” do trabalho durante a pandemia para que a economia não seja sacrificada. O governo quer que tudo volte a ser como era antes, mas não oferece condições de proteção e segurança à vida dos trabalhadores e suas famílias. Em tempos assim, quando a garantia e ampliação de direitos tornam-se cada vez mais urgentes e necessárias, é fundamental que estejamos alertas.
Unidos somos mais fortes – O SINTSEF-BA traz como marca de sua história a unidade política e a defesa dos trabalhadores e seus interesses. A participação expressiva da base importa não somente para a representatividade sindical, como para o desenvolvimento da entidade que precisamos para o futuro: ainda mais livre, forte e democrática.
Cotidiana e historicamente, combatemos a precarização do setor público e defendemos a valorização dos trabalhadores, buscando políticas mais inclusivas para o setor público. Não tem sido fácil, mas este trabalho provou que a experiência para lutar, a superação das diferenças e a aposta na unidade política trazem resultados positivos. Juntos somos mais fortes.
Como cantou Beto Guedes, para construir a vida nova, um mais um é sempre mais que dois. Este projeto vitorioso que nasceu na fundação do SINTSEF-BA, há 31 anos, avança íntegro graças ao apoio da base, à nossa capacidade de lutar e resistir aos desafios, bem como ao desejo de fazer a nossa parte para o surgimento de um mundo melhor. Respaldados pelos trabalhadores e trabalhadoras, esperamos contribuir ainda mais com esta luta e seguir, junto à CUT e à CONDSEF/FENADSEF, avançando e organizando a categoria rumo ao futuro que queremos.
