01/06/2022 – Nesta terça-feira (31), milhares de servidores públicos federais de diversos estados e de Brasília participaram de uma manifestação realizada ao lado do Bloco C, conhecido como “espaço do servidor”, em frente à Esplanada dos Ministérios em Brasília. O SINTSEF-BA esteve representado no evento, assim como a CUT e a CONDSEF/FENADSEF, além de lideranças e dirigentes sindicais de várias categorias. O objetivo foi protestar pelo reajuste emergencial e linear de 19,99% em seus salários, congelados há quatro anos. Os servidores não aceitam o aceno do governo de reajuste de apenas 5% de reajuste, que ainda não está sequer confirmado. Confira imagens dos protestos em nossa página.
Eles saíram em passeata até a Praça dos Três Poderes, concentraram-se em frente à EBSERH e se reuniram no auditório Nereu Ramos, da Câmara Federal, para um ato que contou com o apoio de deputados do PT e demais parlamentares de oposição. Enquanto os servidores públicos federais amargam arrocho salarial, com reajuste zero no governo de Jair Bolsonaro (PL), os militares foram agraciados com 76% que serão pagos até 2023, fora inúmeros benefícios. O Coordenador de Políticas Públicas do SINTSEF-BA, Alessandro Cerqueira, empregado da EBSERH, esteve presente na manifestação. Ele destacou que a desigualdade no tratamento dos civis em relação aos militares é um dos principais fatores que motivaram a categoria a lançar mais esta ofensiva para conseguir um tratamento mais justo do governo.
Os protestos de ontem trouxeram desdobramentos importantes. Uma reunião com representantes da EBSERH foi realizada na manhã desta quarta-feira, 01/06. Trabalhadores e trabalhadoras da EBSERH estão com negociações travadas. Recentemente, a Empresa entrou com um pedido de mediação para julgar um dissídio de greve, o que é no mínimo surpreendente, pois a categoria não está em greve. Eles seguem na luta pelo reajuste emergencial e contra a ideia de mudanças na base de cálculo da insalubridade, o que traria prejuízos ainda maiores para quem já enfrenta dificuldades de sobreviver com salários corroídos pela inflação.
Uma comissão de trabalhadores também foi recebida pelo presidente da câmara, o Deputado Artur Lira. Representantes da Comissão Nacional dos Intoxicados, além do Secretário Geral da CONDSEF/FENADSEF, Sérgio Ronaldo da Silva, cobraram agilidade para o andamento do PL 101/2019, a PEC dos Intoxicados. A proposta de autoria do deputado Mauro Nazif (PSB-RO) garante plano de saúde aos servidores da extinta SUCAM (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública), admitidos até 31 de dezembro de 1988, e que tiveram contato com produtos tóxicos como o inseticida DDT e outros, no combate e controle de endemias.
Além da falta de reajuste, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/FENADSEF), denuncia o desmonte do serviço público. Quando Bolsonaro assumiu a presidência da República, o Brasil tinha 675 mil servidores e hoje conta com apenas 501 mil – ou seja 174 mil a menos, o que prejudica o atendimento à população. É uma estratégia do governo para tentar ganhar a simpatia dos brasileiros revoltados com a queda na qualidade do atendimento na hora de entregar o serviço público ao mercado financeiro, como no caso do fim do Sistema Único de Saúde (SUS), defendido por militares.
(com informações da CUT e CONDSEF/FENADSEF)