23/07/2021 – O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) emitiu ontem uma nota de repúdio aos ataques à democracia promovidos pelo Ministro da Defesa, Walter Braga Netto e conclamando a população a ir às ruas neste sábado, 24, para exigir Fora Bolsonaro. Uma reportagem divulgada pelo jornal Estado de São Paulo nesta quinta-feira, 22, informou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), teria recebido um duro recado do ministro no último dia 8. De acordo com o Estadão, “o general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica”.
O periódico também lembrou na matéria que o presidente Jair Bolsonaro já havia repetido publicamente a ameaça de Braga Netto no mesmo 8 de julho. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou Bolsonaro a apoiadores, naquela data, na entrada do Palácio da Alvorada.
O Fórum classificou o episódio como chantagens contra os integrantes do STF e do Congresso, para alterar o curso da história, para impedir a realização de eleições em 2022. “Numa torpe tentativa de fazer o Brasil retroceder décadas querem impor aos brasileiros a volta do voto impresso, pois assim os fraudadores, os milicianos poderão fraudar as eleições e se os candidatos desta quadrilha perder vão contestar o resultado e consumar o golpe deles impondo no cargo quem perdeu as eleições”, diz o texto.
Na nota, que pode ser lida integralmente no anexo, o Fonasefe reafirma a luta em defesa da democracia, da liberdade de expressão e da Constituição, que vem sendo duramente atacada pelas ameaças de golpes por integrantes do governo, que atentam contra a liberdade e as instituições democráticas.
Para o SINTSEF-BA, esses ataques à democracia são graves, abusivos e não devem ficar impunes. Aos que minimizam esses episódios como blefes, não custa lembrar que os militares (as forças armadas brasileiras, de modo geral) têm uma tradição autoritária. Antes calados, após a abertura democrática e o fracasso de sua gestão golpista no Brasil, agora retornam legitimados pela permissão ampla concedida por um governo fascista e genocida.
Retrógrados, corruptos e incompetentes, têm saudade dos anos de chumbo pós-1964, de triste memória, quando derrubaram o presidente eleito João Goulart com um golpe que durou 21 anos. Golpe que custou o fracasso de um projeto de país independente e o sangue dos que resistiram, foram torturados e mortos. Passa da hora das forças armadas brasileiras se enquadrarem no papel a que estão destinadas: o da defesa do processo democrático e não o seu contrário. O Brasil é maior que os arroubos autoritários. Neste sábado, 24, cabe a nós dar esse recado nas ruas: fora Bolsonaro, em defesa da liberdade e da vida.
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