11/10/2022 – A Internacional de Serviços Públicos (ISP) promove entre os dias 16 e 21 de outubro próximos, em Lima (Peru), uma série de reuniões de seus comitês organizativos, como o Comitê Executivo Interamericano da entidade (IAMREC – 2022). A CONDSEF/FENADSEF, filiada à ISP, integra a direção deste Comitê e o seu Secretário de Relações Internacionais, Edvaldo Pitanga, também dirigente do SINTSEF-BA, participará do evento.
No dia 18 de outubro haverá um seminário sobre Poder Corporativo com apresentação de Rosa Pavanelli, Secretária Geral da ISP, quando serão discutidas as principais lutas mundiais relacionadas aos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público. Este seminário também faz parte do IAMREC e abordará questões como justiça tributária, acordos de livre comércio, patentes, direitos sindicais e outras questões globais.
A ISP é uma federação sindical mundial que representa 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que prestam serviços públicos essenciais em 154 países. Trabalha com o sistema das Nações Unidas e em colaboração com entidades da sociedade civil, sindicatos e outras organizações. Para a ISP, os serviços públicos de qualidade são a base tanto de sociedades livres e iguais quanto de uma forte economia moderna. A entidade internacional defende os direitos humanos, a justiça social e o acesso universal aos serviços públicos de qualidade.
Em 2017, o Congresso da entidade debateu o Programa de Ação Povo Acima do Lucro, que já expunha as críticas à atual ordem mundial neoliberal, alertando para as consequências de não reparar um sistema falido. Os efeitos devastadores do poder corporativo dominante interferem diretamente no acesso a serviços públicos de qualidade, nos direitos trabalhistas e sindicais, na desigualdade econômica, nos direitos sociais e das mulheres, nos jovens trabalhadores e, em última análise, na estabilidade política e econômica das nações mais vulneráveis.
Desde então, a COVID-19 mudou drasticamente o mundo e as precariedades nas condições de trabalho do serviço público só se agravaram. A pandemia confirmou os nossos piores prognósticos, ilustrando como sistemas políticos, economias nacionais e a globalização neoliberal colocaram o lucro antes das pessoas. Apenas no Brasil, essa tendência custou a vida de quase 700 mil pessoas.
Para Edvaldo Pitanga, o intercâmbio de experiências internacionais nesse momento de ameaças à democracia brasileira pelo governo Bolsonaro, não apenas é muito bem-vindo, como acima de tudo se faz necessário. “Nossa pauta deixou de projetar o futuro das entidades sindicais para discutir com urgência o próprio presente, diante da gravidade dos ataques promovidos ao serviço público e seus trabalhadores e trabalhadoras”, esclarece Pitanga.
Ele destaca que essas experiências compartilhadas de unidade, enfrentamento e resistência serão levadas para dentro do cotidiano sindical, permitindo, a partir de exemplos bem-sucedidos de categorias vizinhas, traçar planos de trabalho que levem ao fortalecimento de nossas próprias lutas, ampliando o engajamento e a representatividade da base.