Até a última Plenária Estatutária da CONDSEF-FENADSEF, trabalhadores (as) de empresas públicas não tinham departamento específico na Confederação. No entanto, as demandas e a crescente organização da categoria trouxeram consigo a necessidade de criação desse departamento, composto exclusivamente por empregados públicos (de empresas como EBSERH, CONAB, VALEC, IMBEL e CEASA Minas), bem como da validação de representação pela FENADSEF.
O Encontro também foi mais uma estratégia de unir esforços para defender essas empresas e barrar os graves ataques ao patrimônio brasileiro empreendidos pelo governo Bolsonaro. Os trabalhadores não aceitarão calados os cortes de investimentos e redução de direitos. Antes mesmo de ser empossado, o ministro da Economia, Paulo Guedes já dizia que pretendia privatizar TODAS as estatais para supostamente pagar uma pequena parte da dívida pública.
O governo Bolsonaro empenha-se a cada dia em aprofundar o desmonte do serviço público. A sanha privatista do governo brasileiro vem na contramão do exemplo de outros países ao redor do mundo: a importância das estatais em nações da Europa e Ásia excede em muito o papel desempenhado por esse tipo de empresa em outros países. Não há provas e sim muito de ideologia nesse discurso acerca de suposta superioridade do desempenho do setor privado sobre o público e dos recorrentes prejuízos causados ao erário por empresas controladas pelo Estado.
“Ao contrário das projeções otimistas do governo, como o DIEESE já demonstrou, as desestatizações mostraram-se incapazes de resolver a crise fiscal”, destaca Celso Fernandes. “Tampouco aumentaram a eficiência e a qualidade dos serviços prestados – vide a política de privatização do setor elétrico que levou o país ao Apagão em 2001”, conclui. Para ele, é a mesma lógica enganosa por trás dos discursos que regem a “venda” das reformas para o Congresso e a sociedade: anunciam que será a solução para os problemas do país, geram lucro para investidores privados e pouco depois lá estão novamente os trabalhadores e população carente enfrentando uma crise ainda mais grave que a precedente – e agora sem os serviços públicos prestados por essas Empresas, como as políticas de abastecimento desempenhadas pela CONAB em algumas cidades do interior e agora comprometidas com o fechamento dos armazéns.
A classe trabalhadora precisa resistir a esses ataques e já se articulam em torno de suas entidades sindicais para criar e fortalecer alianças, unificando a mobilização com outros segmentos da sociedade.