24/01/2023 – Na data em que é comemorado o Dia Nacional do Aposentado (a), servidores públicos federais da base do SINTSEF-BA não têm muito a comemorar, além da própria capacidade de luta e resistência em defesa dos seus direitos. Em diversas partes do país, aposentados e aposentadas protestaram contra o desmonte das políticas que promovem direitos sociais e o estado de abandono em que se encontram os seus órgãos gestores, como o Instituto Nacional do Serviço Social (INSS).
Além de defenderem a valorização das aposentadorias e pensões, eles exigem políticas públicas que garantam acesso do setor a serviços essenciais como medicamentos, assistência médica, transporte e lazer. Nos últimos quatro anos, o governo Bolsonaro optou por seguir na direção contrária, com o habitual descaso com vidas humanas, desmontando o modelo de previdência brasileiro e empurrando o setor para a pobreza só para atender aos interesses do capital financeiro.
Aposentados (as) são um grupo formado em sua maioria por idosos (as) e foram diretamente afetados pela COVID-19. Segundo dados da última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios) Contínua 2020, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o grupo de pessoas que recebiam aposentadoria teve baixa de 1,2 milhão de indivíduos.
No serviço público federal, a preocupação é com o envelhecimento da categoria. A ausência de adoção de medidas – como realização de concursos públicos – para substituir a mão de obra qualificada prestes a se aposentar levará a um déficit de servidores no ano de 2030 que pode chegar a 232 mil profissionais. O governo quer responder a isso apostando na automação, ou seja, substituindo por máquinas os trabalhos antes desempenhados por humanos.
“Nos últimos anos observamos uma disparada na corrida pela aposentadoria”, diz Tania Suely Oliveira, Coordenadora de Assuntos de Aposentadoria e Previdência do SINTSEF-BA. “E não só por receio dos impactos da reforma da Previdência, mas também por falta de estímulo”, prosseguiu. “Só nos quatro anos de governo Bolsonaro, único presidente em pelo menos vinte anos a não conceder nenhum percentual de reposição ao funcionalismo, as perdas salariais giram em torno de 27%.”, concluiu.
Os impactos desse descaso são sentidos pela sociedade, que passa a ter serviços cada vez mais precários ou precisa recorrer à iniciativa privada, que cobrará pela oferta dos mesmos serviços antes gratuitos. Nenhuma máquina é capaz de reproduzir o cuidado e interesse humanos. Para o SINTSEF-BA, é uma irresponsabilidade perder todo esse patrimônio que é o funcionalismo. É um prejuízo gigantesco e inegável para a máquina pública federal, que com isso perde a sua memória, sua identidade em termos de recursos humanos.