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Brasil chega a 200 mil mortos por covid-19 sem desacelerar destruição do serviço público

08/01/2021 – O Brasil chegou ontem a 200 mil mortos por COVID-19, o nosso mais novo e triste recorde desde o início da pandemia em fevereiro do ano passado. 200 mil vidas perdidas e muitas delas, não cansaremos de repetir, poderiam ter sido poupadas, não fosse a soma de negligência, despreparo, incompetência e completo desprezo pela vida humana que caracterizam o governo de Jair Bolsonaro. Um governo criminoso, que, em qualquer outra circunstância, já estaria deposto e teria seus protagonistas julgados por genocídio nos tribunais da história. Mas para os grandes grupos econômicos que ainda sustentam Bolsonaro e sua turma no poder, ainda não é o momento. Sempre é possível sangrar mais a nação.

E por “sangrar”, nos referimos aqui às reformas, que, sob o falso pretexto de “enxugar” um Estado supostamente agigantado e inoperante, corta políticas públicas essenciais que atendem diretamente à população em benefício da iniciativa privada. A Reforma Administrativa é a bola da vez: chega anunciada num discurso de corte de privilégios e, na prática, além de manter velhas estruturas viciadas, deverá retirar direitos e até reduzir salários do funcionalismo (que não, não é privilegiado: a maioria dos servidores do Executivo, como é a base do SINTSEF-BA e da CONDSEF/FENADSEF, está com salários congelados há mais de três anos e o último reajuste sequer conseguiu repor as perdas inflacionárias acumuladas de anos anteriores).

Os indicadores da pandemia seriam bem mais calamitosos não fosse o papel do serviço público, não custa lembrar. Esse mesmo serviço público que o governo Bolsonaro e seus financiadores querem atacar e destruir, com a aprovação da Reforma Administrativa, é o mesmo que abriga pesquisas científicas capazes de estabelecer parcerias com outros países, desenvolver, produzir e vacinas que poderão nos salvar. O Sistema Único de Saúde (SUS), ora sucateado pro conta de anos de descaso e falta de investimentos e políticas públicas, ainda é a melhor rede para distribuição e aplicação de vacinas em um país de dimensões continentais como o nosso. E o mais importante: tudo é de graça, acessível a toda a população que for aos postos de saúde.

Precisamos fortalecer o serviço público e não apenas o de resultados, esse que conseguimos ver na prática. Pois para uma vacina ou um exame acontecer, é preciso um trabalho em conjunto de diversos trabalhadores e trabalhadoras, muitas vezes uma logística que envolve vários ministérios, que precisam ter seus serviços igualmente conhecidos e valorizados. Não acredite em mentiras. O serviço público brasileiro é essencial e atua para a preservação da vida.

Imagem: Stockphotos