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Nomeações na CEPLAC deixam entidades sindicais em alerta. [“Estamos atentos para não continuar legado bolsonarista”] 

27/02/2023 – Entidades sindicais, como o SINTSEF-BA e outras filiadas à CONDSEF/FENADSEF estão apreensivas com os atos administrativos que revelaram o novo comando da Superintendência Regional de Desenvolvimento da Lavoura Cacaueira nos Estados da Bahia e Espírito Santo (CEPLAC). Além de Lucimara Chiara como Diretora Geral, também foram publicados no Diário Oficial da União as nomeações de Luis Ricardo Bruggemann, como substituto da Diretora, e de Manoel Messias Castro Pereira para Chefe do Serviço de Administração.  

O desconforto ficou por conta das inclinações políticas dos nomes revelados, notoriamente associados à gestão passada da CEPLAC e ao bolsonarismo. Chiari é uma indicação da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau – AIPC, vinculada ao ex-presidente de triste memória. “Trabalhadores e trabalhadoras do órgão já sofreram na pele as consequências do desmonte de uma gestão desastrosa, marcada por equívocos de informação, desvios de finalidade e despreparo técnico; não podemos permitir que isso se repita”, esclarece Pedro Moreira, Coordenador Geral do SINTSEF-BA.

As entidades irão acompanhar os desdobramentos dessas nomeações e estarão a postos para impedir que decisões políticas aprofundem ainda mais o estado de declínio enfrentado pelo órgão nos últimos anos. A preocupação é natural, tendo em vista os estragos causados por Jair Bolsonaro e seus apoiadores nos diversos níveis institucionais brasileiros. Importa lembrar que um dos compromissos expressos pelo presidente Lula, sobretudo após os ataques terroristas de 08 de janeiro, foi derrotar a herança do bolsonarismo e as políticas do atraso. A CEPLAC não pode ser deixada de lado nesse desafio.

O SINTSEF-BA e a CONDSEF/FENADSEF há muito estão comprometidos com a revitalização da CEPLAC, que tem importância histórica dentro do panorama de desenvolvimento econômico e social brasileiro. Ao longo de décadas, a pressão do agronegócio impediu o aporte de investimentos públicos capazes de resgatá-la do definhamento em que se encontra. O abandono favoreceu as diversas tentativas de extinção, em sucessivos governos, por que passou esse órgão fundamental para o desenvolvimento da região cacaueira. 

Como ocorreu recentemente com a Funasa, nossa luta se elevou para barrar a extinção e, ao invés disso, promover a reestruturação e revitalização da CEPLAC, recuperando seu papel institucional: levar benefícios ambientais, econômicos e sociais por onde atua.

Izabel Cristina Machado, Coordenadora de Administração do SINTSEF-BA e servidora da CEPLAC há 45 anos, também lamentou as nomeações. Para ela, não se trata de um sentimento nostálgico ou de querer de volta a CEPLAC de outrora. “O que precisamos é tê-la adaptada aos novos tempos, modernizada e pronta para servir à sociedade atual. E é por essa razão que não podemos aceitar sem reagir ao vê-la seguir sob o comando do mesmo grupo que só contribuiu para afundá-la nos últimos quatro anos”. A população e os trabalhadores querem novos rumos para a CEPLAC, mas isso nao se consegue com uma gestão que faz chacota de seus opositores, ironizando que nada mudou porque a direção que estava antes era melhor. “Nós trabalhadores sabemos a verdade e como fomos tratados por essa corja”, concluiu.

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