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Vitória dupla de Bolsonaro no congresso reforça urgência de ampliar mobilização na sociedade

02/02/2020 – A vitória já no primeiro turno do líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), para a Presidência da Câmara dos Deputados, além da eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para presidência do Senado representaram conquistas inequívocas do governo e acendem mais um alerta para os que ainda esperam das Casas Legislativas que aceitem, voluntariamente, sem pressão popular, um dos mais de 60 pedidos de impeachment de Bolsonaro.

O presidente da Câmara tem a prerrogativa de colocar ou não em análise no plenário os pedidos de impeachment. Arthur Lira está no seu terceiro mandato como deputado federal. Segundo informações do Radar do Congresso, ele votou com o Governo Federal em 88% das votações. Lira também é o deputado que mais se ausentou nas sessões em 2020, registrando apenas 68% de assiduidade.

Analistas políticos concordam que o parlamentar alagoano foi a grande aposta de Bolsonaro para liderar a Casa para que pautas de interesse do Governo avancem. Uma rápida análise da ficha do deputado explica as razões desse apoio: ele responde a pelo menos sete processos criminais, entre eles estão acusações de corrupção.

Fazem parte do bloco que sustentou a eleição de Lira os partidos PP, PSD, PL, PSL, Avante, Patriota, Podemos, Republicanos, PSC, PTB e Pros. O DEM, partido de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente anterior da Câmara, e de ACM Neto (DEM-BA), apesar do discurso oficial de “neutralidade”, foi um dos grandes responsáveis pela eleição do candidato bolsonarista. Cabe lembrar que a gestão de Maia ficou marcada por não dar andamento aos pedidos de impeachment de Bolsonaro encaminhados ao Congresso.

A pressão popular pelo impeachment tem crescido nos últimos meses e vem ganhando reforços nas ruas, com a realização de duas grandes carreatas em diversas cidades do país, com respeito a todas as medidas de segurança recomendadas pelas autoridades sanitárias. Precisamos fazer esse movimento crescer, pois só assim teremos condições de pressionar o Congresso a barrar a necropolítica adotada pelo governo Bolsonaro, materializada no descaso com a pandemia causada pelo novo coronavírus, que já matou mais de 225 mil pessoas no país.

“Está em nossas mãos, das trabalhadoras e trabalhadores do país, unir forças para derrubar esse governo do caos, resultante do golpe de 2016”, afirma Pedro Moreira, Coordenador Geral do SINTSEF-BA. Reiterando uma avaliação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ele lembra que está em curso lógica de massacre de classe, sustentada pela política econômica do ministro Paulo Guedes e do mercado financeiro, à custa de todos os nossos recursos e direitos, o que vem acontecendo pelas terceirizações, pelas reformas trabalhistas e previdência e que deve ser aprofundado com a Reforma Administrativa.

Participe das mobilizações pelo impeachment! Sem pressão, o Congresso não irá ceder. Esta luta é de todos e todas nós.