25/03/2025 – O SINTSEF-BA promoveu, nesta segunda-feira, 24/03, no Hospital das Clínicas (HUPES), em Salvador, uma Roda de Conversa com trabalhadoras da EBSERH. A atividade integrou a programação que celebra o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e teve como tema “Economia também é coisa de mulher: do trabalho de cuidados à escolha profissional, à disputa do orçamento e à negociação coletiva”. As apresentações ficaram a cargo de Ana Georgina Dias, Supervisora Técnica Regional no DIEESE-BA e Gilene Pinheiro, Secretária de Relações do Trabalho da CUT-BA, sob a moderação de Erilza Galvão, Coordenadora Geral do SINTSEF-BA. Também esteve presente a Secretária de Mulheres da CUT Bahia, Lucivaldina Brito.
Uma dinâmica de grupo deu início às atividades de forma descontraída. As mulheres presentes foram convidadas a registrarem seus sonhos e seus medos. O sonho de justiça e liberdade (ser livre; equidade de direitos; mais políticas públicas capazes de promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres) e melhorar as condições de vida (avanço profissional, mudar de carreira, passar num concurso público melhor) apareceram em diversos sentimentos, assim como a família (proporcionar mais conforto aos filhos e demais familiares; que os filhos tenham mais oportunidade de trabalho e sejam independentes; ter vida e saúde para ver os filhos crescerem).
Nos medos, a violência foi a grande protagonista. Para além dela, os medos individuais quase não aparecem (medo de outra pandemia; dos sonhos não se concretizarem; da velhice associada à ideia de perda de autonomia e da liberdade de ir e vir) e o núcleo familiar ainda surja em destaque (medo da perda dos pais e/ou dos filhos; medo de não poder acompanhar o crescimento dos filhos ou de que eles não sigam determinados princípios).
A partir desse gancho, Ana Georgina apresentou os indicadores do DIEESE sobre as taxas de desocupação por sexo, que trouxe à tona questões como: há mais mulheres desempregados do que homens; os trabalhadores de sexo masculino são melhor remunerados e há uma predominância do sexo feminino desenvolvendo atividades informais ou não remuneradas como cuidar dos ou de familiares que possuem algum tipo de dependência (crianças e idosos) ou dos afazeres domésticos. Os indicadores também mostram que, apesar das mulheres estudarem mais, ainda há uma desigualdade de gênero no mercado de trabalho. E não é só isso: a taxa de desocupação e a sobrecarga de trabalho doméstico é pior para mulheres negras do que para as não negras e homens.
Em seguida, Gilene Pinheiro destacou que pessoas do sexo feminino sofrem mais assédio moral e sexual em seus locais de trabalho. Normalmente, nos acordos coletivos, as propostas que beneficiam diretamente a mulher não são prioridades nas negociações com os empregadores, uma vez que os negociadores são predominantemente homens. Diante do que foi exposto, Gilene destacou a importância de as mulheres ocuparem os espaços que definem o seu próprio futuro, como na política, nas direções dos sindicatos e nas negociações coletivas de trabalho com os empregadores.
As participantes também assistiram à apresentação de um álbum de fotografias de diversas trabalhadoras do HUPES, ocupantes de variados cargos, com frases próprias que definem a sua percepção do que é ser mulher trabalhadora. Ao final, elas receberam cartilhas de proteção contra o assédio moral e sexual e outros materiais impressos com temas de interesse das mulheres.
Para Erilza Galvão, Coordenadora Geral do SINTSEF-BA, momentos como essa roda de conversa são uma oportunidade de diálogo com a base, de conhecer de perto seus anseios, demandas e dificuldades. De ensinar e aprender sobre organização sindical; de fazer formação na ação sindical. De contribuir para as trabalhadoras perceberem ameaças e oportunidades referentes às suas condições de vida e trabalho. Para o projeto político do sindicato alcançar êxito, diálogos e ações como essa, diretamente com a base, são fundamentais.Que sigamos nessa diretriz!
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IMAGENS DO EVENTO NA GALERIA: RODA DE CONVERSA 08 MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER 2025