09/04/2025 – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a CUT e as demais centrais sindicais iniciam, nesta quarta-feira (9), a Jornada Nacional de Debates. Desta vez com o apoio do Labora–Fundo de Apoio ao Trabalho Digno. Com o tema “Trabalho, meio ambiente e transição justa-rumo à COP 30”, o ciclo de encontros será realizado nas capitais dos 17 estados onde o Dieese mantém escritórios regionais.
O objetivo é construir temas para serem levados à COP 30. Em Salvador, o evento será realizado no dia 16 de abril (próxima quarta-feira), a partir das 15h, no Sindae (rua General Labatut, 65, Barris). A pauta ambiental e a transição justa têm se consolidado como eixos centrais para o futuro do trabalho no Brasil. À medida que o país se move em direção a uma economia de baixo carbono, cresce também a responsabilidade das centrais sindicais em articular propostas concretas que assegurem benefícios reais à classe trabalhadora.
Durante os debates serão discutidos temas como geração de empregos verdes, requalificação profissional, políticas públicas para um desenvolvimento sustentável e o impacto das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis. A intenção é formular propostas que possam ser levadas às mesas de negociação e fóruns nacionais e internacionais da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que será realizada em Belém (PA).
Segundo estudos do Dieese, a transição para modelos produtivos sustentáveis tem potencial para criar milhões de novos postos de trabalho no Brasil. Setores como energia solar e eólica, por exemplo, vêm demonstrando expansão acelerada. Somente o segmento de energia solar gerou 264 mil empregos em 2023, consolidando o Brasil como um dos mercados mais promissores da América Latina nesse campo.
Apesar dos números expressivos, especialistas e representantes do mundo do trabalho alertam que a criação de “empregos verdes” deve ser acompanhada de políticas públicas abrangentes. Educação, capacitação técnica, proteção social e inclusão de grupos vulneráveis são apontados como pilares essenciais para que os benefícios da transição ecológica sejam amplamente distribuídos.
A atuação propositiva das centrais sindicais, principalmente a CUT, sobre o assunto tem sido fundamental para garantir que a transição ambiental não aprofunde exclusões, mas sim seja uma alavanca para o desenvolvimento social. Ao defender políticas públicas voltadas à inclusão e ao trabalho decente, as entidades reforçam seus papeis estratégicos no debate sobre sustentabilidade, especialmente diante da proximidade da COP 30. A CUT tem papel estratégico na articulação do evento, contribuindo para inserir o mundo do trabalho na agenda ambiental global.