22/11/2021 – O SINTSEF-BA participou, no último sábado, 20 de novembro, da Marcha da Consciência Negra Zumbi e Dandara dos Palmares, em Salvador. O sindicato foi uma das cinco entidades sindicais homenageadas pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), como uma forma de destacar a contribuição e parceria dessas entidades na luta antirracista. Os manifestantes se reuniram no Campo Grande, região central da cidade, para celebrar o Dia da Consciência Negra. Durante a Marcha, dirigentes do SINTSEF-BA e também da CONDSEF/FENADSEF, ressaltaram a importância da unidade na luta para derrotar o governo de Jair Bolsonaro e suas políticas racistas e excludentes. Confira imagens em nosso site e em nossas redes sociais.
Como lembra a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governo Bolsonaro perpetua a segregação e defende que “não há racismo” no Brasil. Inclusive quem deveria se posicionar em favor da sua raça, como o presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, ofende negros e negras, quilombolas e todos e todas que ousaram desafiar as autoridades em nome da sua liberdade de seu povo.
“A luta antirracista tem avançado no Brasil e no mundo, mas é fato que ainda há muito que combater. São os negros os que mais sofrem com a violência policial, os que mais sofrem com o desemprego e os mais afetados pela desigualdade social”, observa Antonio Capila Sobrinho, Coordenador de Políticas Sindicais do SINTSEF-BA. São também as mulheres negras as pior remuneradas pelo mercado de trabalho. Mais de 40% delas estão em cargos subutilizados. Entre os homens negros, 45% executam trabalho desprotegido, aquele sem qualquer direito.
A Coordenadora de Formação Sindical do SINTSEF-BA e Diretora da Secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da CONDSEF/FENADSEF, Erilza Galvão, destaca que a COVID-19 agravou ainda mais o quadro de exclusão social enfrentado pela população negra e afrodescendente. Dados mostram que são os negros e negras as maiores vítimas da Covid-19 no Brasil. Um boletim do DIEESE apontou que 71,4% dos 8,9 milhões que perderam emprego na pandemia eram negros. Para os não negros, os impactos da crise sanitária foram menores: dos 2,5 milhões que perderam as ocupações entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 59% voltaram a trabalhar em 2021.
Os negros também são os que mais dependem dos serviços públicos, principalmente os essenciais como saúde e previdência. Por isso, para a CONDSEF/FENADSEF e suas entidades filiadas, como o SINTSEF-BA, também a reforma Administrativa que o governo Bolsonaro e a maioria do Congresso tentam aprovar irá prejudicar diretamente as pessoas negras. A reforma diminui a assistência social e piora os serviços públicos e é, por isso que para o Fonasefe, fórum das entidades que representam servidores federais, do qual a CONDSEF/FENADSEF faz parte, a PEC 32 pode ser considerada racismo institucional de Estado e deve ser combatida também desse ponto de vista.
O SINTSEF-BA continuará na luta contra o racismo na forma de políticas públicas que aumentem a representatividade e medidas efetivas de combate ao racismo estrutural, que fortaleçam a inclusão social e o respeito à diversidade.
(com informações da CUT e CONDSEF/FENADSEF)