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Dia Mundial do Meio Ambiente propõe reflexões sobre desigualdades

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05/06/2025 – O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado neste 05 de junho. Além de lutarmos por políticas públicas eficazes voltadas à preservação ambiental, importa cada vez mais discutirmos como os impactos sociais do aquecimento global e das transformações do clima são injustos.

Pensando nisso, a CUT-BA promove, nesta sexta-feira, 06, no Sindborracha, em Camaçari, às 08h30, o seminário “Racismo Ambiental – No Contexto da Transição Energética”. A Coordenadora Geral do SINTSEF-BA, Erilza Galvão, é uma das participantes da mesa debatedora. Como lembra a Central, a transição energética, muitas vezes vendida como solução sustentável, pode também reproduzir desigualdades históricas. O evento quer trazer reflexões e provocar o debate sobre as injustiças ambientais que afetam diretamente populações periféricas, quilombolas, indígenas, ribeirinhas e trabalhadoras urbanas e rurais.

Não é preciso ser pesquisador (a) do clima ou de urbanismo para traçar um retrato de quem são as pessoas mais expostas a enchentes, inundações e deslizamentos nas grandes cidades brasileiras (e ao redor do mundo). São as mesmas populações que, historicamente, têm seus direitos violados, e cujo medo aumenta quando, por exemplo, o período de chuvas se aproxima. Geralmente, pessoas negras, de baixa renda e que habitam encostas ou áreas próximas a rios, suscetíveis ao risco de deslizamentos e alagamentos.

As notícias dos jornais e as estatísticas mostram que os impactos ambientais nas cidades são socialmente produzidos e não apenas fruto de eventualidades climáticas. Assim como a distribuição de suas consequências, que se dá de forma desigual no território urbano. Esse desequilíbrio é, em parte, a expressão da injustiça socioambiental e do chamado Racismo Ambiental nas cidades.

O Racismo Ambiental é o processo de discriminação e desigualdades sociais que populações compostas, majoritariamente, por minorias étnicas sofrem, devido à degradação ambiental e em decorrência das mudanças climáticas. O termo denuncia uma violação de direitos e comprova o que mencionamos acima: os impactos socioambientais não atingem as populações de forma igualitária e estão fortemente atrelados à exclusão social.

O que a CUT, a CONDSEF/FENADSEF e suas entidades filiadas, como o SINTSEF-BA, defendem é justamente a reversão dessa lógica perversa. Para começar, a garantia de espaço às pessoas mais expostas às vulnerabilidades climáticas nos processos de decisão da política institucional. Por isso, debates como esse são tão necessários, assim como a luta por uma representação política mais diversa nos espaços de poder, que garanta novas perspectivas de olhar para a realidade, considerando a diversidade de raça, classe, gênero e suas intersecções.

(com informações da CUT-BA)

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