08/03/2023 – Nesta quarta-feira, 08 de março, o Sintsef-BA mais uma vez celebra a luta feminina por ocasião das comemorações em torno do Dia Internacional da Mulher. A importância de marcar a data está em fortalecer o enfrentamento contra a discriminação e desigualdade (seja ela de gênero, raça, orientação sexual etc.). Apesar dos avanços resultantes da mobilização e engajamento femininos, ainda há uma grande desigualdade econômica e social entre homens e mulheres e ainda entre mulheres brancas e negras.
A data nos leva a refletir sobre o que representam esses anos de luta a partir de 1857, quando, operárias americanas de uma fábrica de tecidos iniciaram um movimento de reivindicação por melhores condições de trabalho e foram violentamente reprimidas, resultando na morte de 130 tecelãs, carbonizadas. Desde então, a data é um marco internacional da luta dessas mulheres, além de sua resistência e coragem no combate às diferentes formas de opressão até os dias atuais.
Por isso, mais uma vez o Sintsef-BA levanta as bandeiras de luta pela vida das mulheres, por um Brasil sem machismo, racismo e fome. Em Salvador, o sindicato estará presente no ATO DE RUA que em 2023 percorrerá o trajeto do Dois de Julho, numa caminhada da Lapinha ao Pelourinho, com o tema “Mulheres insubmissas protagonistas da democracia”.
Apesar de representar 44% do total da força de trabalho do país, as mulheres são maioria entre os desempregados (55,5%). Elas ainda recebem, em média, 21% menos que os homens (o equivalente a R$ 2.305 para elas e a R$ 2.909 para eles). Esses são alguns destaques do Boletim Especial “8 de março, Dia da Mulher”, divulgado nesta segunda (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o 3º trimestre de 2022.
Dos 75 milhões de lares no país, 50,8% são liderados por mulheres, o que corresponde a 38,1 milhões de famílias. As mulheres negras lideram 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não negras, 16,6 milhões (43,5%). O Dieese observa ainda que os dados de sub-representação na política e os problemas vivenciados no mercado de trabalho somam-se à violência. Todos esses fatores refletem a condição de desigualdade de gênero. Segundo dados da Fórum Nacional de Segurança Pública, no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram mortas em situações de violência doméstica ou devido a questões que envolvem desdém ou discriminação à condição de mulher, crime denominado de feminicídio.
Os desafios são grandes, mas quanto maior for nossa capacidade de resistência, maiores serão as chances de consolidarmos uma sociedade mais justa e igualitária, livre da discriminação de gênero, da exclusão e da subordinação.