Pular para o conteúdo

Situação de abandono da Ceplac é destaque em encontro do Dara

22/03/2021 – O SINTSEF-BA denunciou na última reunião do Departamento de Agricultura e Reforma Agrária (DARA) da Condsef/Fenadsef, realizada em modo virtual no último dia 11 de março, o estado de abandono em que se encontram a CEPLAC e seus trabalhadores. O Coordenador de Finanças do Núcleo Sul e representante do DARA, José Carlos Veridiano de Jesus, e a Coordenadora de Administração do SINTSEF-BA, Izabel Cristina Machado, expuseram a situação crítica que a CEPLAC está passando. “Entra direção, sai direção e o problema segue sem ser resolvido. Os servidores não sabem mais o que fazer”, destacaram.

Em suas falas, os coordenadores revelaram que, embora tenha havido a convocação do governo para o retorno às atividades presenciais (contrariando a posição do SINTSEF-BA, que em vão argumentou contra isso), nem a direção do órgão e nem a própria secretaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a que está vinculada, preocuparam-se em fornecer as mínimas condições para que isso acontecesse de forma segura para os trabalhadores e a população usuária dos serviços. “É uma situação onde falta o mínimo necessário para podermos continuar com o trabalho presencial. Não há nem mesmo álcool em gel nos diversos locais de trabalho, trazendo insegurança aos servidores, em sua maioria acima de 60 anos e portanto mais vulnerável ao risco de contaminação por Covid-19”, disse.

A condição dos Escritórios Locais e Estações Experimentais, que há muito não contam com acesso a internet e telefone, também é caótica, o que compromete o desempenho das atividades diárias. Na Sede, esses serviços funcionam de maneira precária. Além disso, os contratos que a CEPLAC mantinha com as empresas terceirizadas, responsáveis pela limpeza, acabaram e não foram renovados: o servidor que quiser trabalhar em um ambiente mais ou menos salubre precisa pagar o material com seus próprios recursos, além de fazer a limpeza das próprias salas e banheiros.

As circunstâncias que levaram a esse cenário de abandono enfrentado pela CEPLAC não são inéditas no serviço público, mas se agravaram consideravelmente nos últimos anos e se aproximam da barbárie no governo Bolsonaro. O descaso e o desmonte criminoso de um patrimônio que é público há muito é repudiado e combatido em reiteradas campanhas e denúncias de entidades e centrais sindicais, como o SINTSEF-BA, a CUT e a CONDSEF/FENADSEF. São o resultado mais visível da adoção de uma política fiscal de austeridade, caracterizada pelo desmonte de políticas sociais, com cortes em setores estratégicos para beneficiar o capital financeiro. Substituem políticas públicas universais por outras mais privatistas e precarizadas.

Não faz tanto tempo assim que a CEPLAC era um órgão pujante e de extrema relevância no cenário nacional. Possuía orçamento próprio, era motivo de orgulho e respeito em suas áreas de atuação, sobretudo por causa de seu patrimônio maior: os trabalhadores. Após a perda de autonomia, encontra-se subordinada a uma secretaria do MAPA, a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação (SDI). Hoje se encontra em péssimas condições, incapaz de arcar com as próprias despesas, sendo obrigada a fechar seus laboratórios e impossibilitada de fazer manutenção local.

Há mais de 30 anos que a CEPLAC não obtém autorização para realizar concurso público capaz de renovar sua força de trabalho nas áreas científicas, técnicas ou administrativa. O SINTSEF-BA é solidário à luta dos trabalhadores e lamenta que uma instituição que tem a sua missão histórica de zelar pelo crescimento do país seja assim desprezada. Seguiremos em frente para reverter este quadro e na defesa do fortalecimento e institucionalização da CEPLAC. Queremos uma instituição sólida, preparada para enfrentar os novos desafios e que siga promovendo o desenvolvimento rural e o manejo ambiental sustentável.