20/09/2019 – O SINTSEF-BA uniu forças com outras entidades e centrais sindicais e participou, na manhã desta sexta-feira, 20, em Salvador, do dia de Greve Global Pelo Clima. O objetivo é exigir ações concretas contra as mudanças climáticas. Uma vez que no Brasil estas mudanças estão intimamente vinculadas ao desmonte de políticas públicas e catastrófica gestão Bolsonaro, que em 8 meses já promoveu uma aceleração nos indicadores de desmatamento, queimadas, desemprego, uso de agrotóxicos, aquecimento global, privatização, falta de investimento e de fiscalização ambiental, o ato, naturalmente foi também um protesto contra este governo corrupto e inconsequente.
“O estado brasileiro é cúmplice da destruição da Amazônia. Os grupos econômicos que fingem ignorar as questões ambientais são os mesmos que querem promover no Congresso Nacional a extinção de direitos da classe trabalhadora e o fim da Previdência Social. Esses temas não podem ser discutidos individualmente e nesse momento é cada vez mais necessário unificar as agendas de luta e seguir juntos contra o governo Bolsonaro”, afirmou Pedro Moreira, Coordenador Geral do SINTSEF-BA.
Por isso, ao lado de pautas ambientais, as bandeiras das entidades também se ergueram em defesa dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e contra o desemprego. Em Salvador, as entidades promoveram uma aula pública sobre a importância da preservação dos recursos naturais e da defesa de políticas públicas que promovam o bem-estar social.
Bolsonaro desacreditou os dados sobre desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), provocou a demissão do presidente do órgão e fez acusações às organizações não-governamentais que trabalham pela proteção ambiental. Bolsonaro também desmontou a estrutura de fiscalização do Ibama, esvaziou a Funai e vem tentando colocá-la sob controle dos ruralistas.
Relatório divulgado na última segunda-feira, 16, pela organização internacional Human Rights Watch aponta que em 2009 o Ibama contava com 1.600 inspetores. Atualmente, são 780. O número de servidores da Funai caiu de 3.111 em 2012 para 2.224 neste ano. De 2016 a 2018, o orçamento de ambos os órgãos, corrigido pela inflação, caiu 8% e 11%, respectivamente.
“Esse debate tem sido cotidiano em nossa base”, alertou Antônio ‘Capila’ Sobrinho, Coordenador de Políticas Públicas do SINTSEF-BA. Ele explica que o SINTSEF-BA tem participado das lutas e da resistência contra as privatizações e sucateamento de órgãos e empresas públicas estratégicas, como a CONAB, IBAMA, INCRA, DNOCS e Instituto Chico Mendes. “Esse governo neofacista esvaziou cada vez mais esses órgãos públicos. No âmbito da saúde, liberam de forma discriminada agrotóxicos e produtos químicos já banidos em outros países. Estão destruindo a Amazônia e seus povos ribeirinho, indígenas para beneficiar empresas multinacionais, como as mineradoras, além do agronegócio, que avança sobre o solo de forma violenta com desmatamento e assassinatos no campo”, denuncia.