Além de cobrar a reabertura imediata de um canal permanente de negociações, os servidores realizam uma manifestação em frente ao Ministério da Economia a partir das 14h, quando a pauta será entregue oficialmente. Na quarta-feira, dia 12/02, a CONDSEF/FENADSEF também participa de ato no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, convocado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços Públicos, contra as privatizações, por soberania nacional e contra o desmonte do setor público.
Ainda não há uma proposta concreta de Reforma Administrativa, mas, a julgar pelas reformas anteriores encaminhadas por este governo e pelo que o próprio Ministro da Economia vem defendendo nas redes sociais, é possível prever que virá no sentido de retirar mais direitos dos trabalhadores, acelerar o desmonte do setor público e precarizar ainda mais os serviços prestados à população.
“Parasitas”?
Recentemente, Guedes atacou os servidores, chamando-os de “parasitas”. Premeditadamente, o ministro reiterou em sua fala discriminatória preconceitos historicamente atribuídos à categoria. Antes de declarar leviandades desse tipo (até porque bons e maus trabalhadores não são exclusividade do serviço público: a iniciativa privada também os têm), o Ministro poderia se ocupar em conhecer mais sobre problemas crônicos do serviço público que afetam diretamente a qualidade dos serviços prestados.
A falta de investimentos é um deles. São comuns prédios sem a infraestrutura necessária para uso dos trabalhadores e da população que deles se valem. Órgãos com mobiliário quebrado ou em péssimas condições de uso, elevadores parados ou aparelhos de ar condicionado e extintores de incêndio sem manutenção e até mesmo a falta de material básico de consumo. Não menos grave é a deficiência de pessoal: sem concursos públicos e com uma força de trabalho envelhecida, os trabalhadores enfrentam o acúmulo de serviços, chegando a dobrar a carga horária para poderem dar conta das demandas.
A maioria dos servidores do Executivo Federal, representada pela Confederação, não possui salário superior ao teto do INSS (R$6.101,06). Além disso, enfrentam as graves consequências das perdas do poder aquisitivo em virtude de um congelamento salarial, o discurso do ministro soou como um ataque pessoal.
Em nota, a CONDSEF/FENADSEF reitera o chamado à mobilização. No dia 18 de março, uma Greve Geral está convocada para mostrar ao governo que servidores não aceitam o papel de vilões que lhes são impostos e que essa narrativa dos “privilégios” de Guedes não cabe para a maioria absoluta da categoria. “Não aceitaremos a ordem de aniquilamento. Contra o desmonte, em defesa dos serviços públicos, contra as privatizações e por soberania nacional, a unidade dos servidores vai sendo ampliada”.
(Com informações da CONDSEF/FENADSEF)