17/11/2020 – No dia 20 de novembro é comemorado o dia da Consciência Negra, uma homenagem a Zumbi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade de escravos fugitivos situada entre os estados nordestinos de Alagoas e Pernambuco, que combateu a escravidão durante o período do Brasil colonial. A data faz referência ao dia da morte de Zumbi, que foi morto em 1695, por bandeirantes. Ao contrário do que possa parecer, a data não reverencia uma morte, mas a vida do povo negro: simboliza a luta pela valorização, liberdade e igualdade racial. A memória de Zumbi reforça a ideia de que é preciso não desistir e seguir lutando, pois, mesmo após mais de 300 anos, e a despeito de alguns avanços, a igualdade racial plena ainda é uma meta no horizonte que ainda não conseguimos alcançar.
Nos governos Lula e Dilma, apesar da distribuição desigual, os rendimentos de negros e negras vinham crescendo mais rápido do que os brancos. Entre 2001 e 2011, o rendimento da população negra aumentou 41,6%, ante aumento de 18,9% na renda dos brancos nesse mesmo período, de acordo com o IPEA. A partir do golpe de 2016 até a atualidade, no governo Bolsonaro, a regressão é perceptível diariamente. Em seu governo abertamente racista e contrário a qualquer política afirmativa, Bolsonaro ataca direitos da população mais pobre (e negra) e desconsidera quem mais sofre com preconceitos.
Os retrocessos não irão nos calar. O SINTSEF-BA compreende que nossa resposta aos retrocessos deve acontecer nas ruas, no diálogo com a população, na defesa de políticas públicas de promoção da igualdade racial, no trabalho com os jovens, sempre com foco na defesa do respeito às diferenças. O sindicato tem, entre seus princípios formadores, a luta pelo fim da exploração do homem pelo homem e a organização/educação como instrumentos de luta. Historicamente, sempre buscou colaborar na construção da unidade de diversos segmentos (sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e populares) que não perderam a capacidade de indignação, não se renderam e se recusaram a aceitar os padrões racistas e excludentes da sociedade.
Nesta semana da Consciência Negra, reforçamos o convite para que as pessoas participem dos debates sobre a desigualdade racial e social em nosso país e no mundo. Compreendendo a dimensão do tema, estaremos mais capacitados (as) a formular propostas para superar os desafios que estão colocados e realizar a mudança necessária para que a justiça social aconteça.