04/01/2021 – Há quem sustente que, na prática, 2020 sequer aconteceu, por conta das atividades suspensas em função da pandemia de COVID-19 que varreu o mundo. Infelizmente, faltou combinar com o poder de contaminação do vírus associado à negligência do governo brasileiro, que juntos já mataram quase 200 mil pessoas até o momento em todo o país. Sem esquecer dos efeitos desastrosos da política econômica do governo Bolsonaro, que fez o número de desempregados crescer em mais de 3,6 milhões, segundo o IBGE, e devolveu o Brasil ao mapa da fome da ONU.
De fato, um novo ciclo começa no calendário e, cumpridos os rituais de encerramento do ano anterior, há que abrir os caminhos para o novo, que já começou. E aqui estamos nesta primeira semana de janeiro. Querendo que 2021 seja melhor, que venha com vacina, cura, saúde e toda a prosperidade, paz e alegria que desejamos para nossos familiares e amigos no momento da virada.
Sim, tudo isso é possível. Queremos voltar à “normalidade” de antes. Mas além de acreditar, mais do que tudo, é preciso não esperar, devemos fazer acontecer. Retomar, renovar ou reconstruir exigem esforços também de nossa parte, não acontecem espontaneamente. Exigem iniciativa, desejo, cobrança, impulso, fiscalização, pressão. Já vimos que a vacinação, que já acontece no resto do mundo, não chegará até nós se não pressionarmos o governo, se não defendermos a capacitação das instituições e do Sistema Único de Saúde (SUS), único órgão habilitado em promover a vacinação em massa nos moldes que precisamos para alcançar a tão sonhada imunidade ao vírus.
Por uma triste ironia, esse mesmo serviço público capaz de nos proteger é o mesmo que está sob ataque e que deverá ter a pressão sobre si aumentada novamente este ano, com a tentativa de votação da Reforma Administrativa. Caso seja aprovada, como querem o governo e parte significativa do Congresso Nacional, será o fim do serviço público como o conhecemos, pois reduzirá ainda mais os salários do funcionalismo e acabará com a estabilidade e os concursos públicos. Se já é nociva para os servidores, a Reforma é ainda mais prejudicial à população brasileira, que terá mais dificuldades para acessar serviços públicos essenciais como saúde, educação, segurança pública, entre outros.
O SINTSEF-BA tem feito a sua parte. Individualmente ou somando esforços com a CUT, a CONDSEF/FENADSEF, além de outras entidades parceiras, tem protestado, manifestado sua indignação, mobilizando-se contra essa agenda de retirada de direitos do governo. Mesmo diante desse devastador cenário de adversidades, não desistimos da luta e procuramos fazer com que os trabalhadores do serviço público e seus dependentes tivessem o reconhecimento merecido. Em 2021, vamos prosseguir. E queremos contar cada vez mais com a sua participação para que nossa luta possa continuar, até que tenhamos o país mais justo, mais solidário e inclusivo com que sonhamos.