
20/01/2025 – No próximo sábado, 25/01, na sede da Associação Baiana de Imprensa, às 9h30, em Salvador, os 190 anos da Revolta dos Malês serão celebrados com uma palestra ministrada pelo historiador João José Reis. O evento é promovido pelo Fórum de Entidades Negras da Bahia, em parceria com a Portfolium – Laboratório de Imagens e a própria ABI. Em, 1835, as ruas de Salvador, foram palco de um dos episódios mais marcantes da história brasileira: a Revolta dos Malês. O levante, protagonizado por cerca de 600 escravizados africanos, surgiu como grito de resistência contra a opressão e a injustiça da escravidão.
Diferente de outras rebeliões escravas, a Revolta dos Malês se destacou pela forte presença de africanos muçulmanos, cuja fé e cultura contribuíram para a organização e determinação do movimento. Marchando pelas ruas, esses homens convocavam seus irmãos de cativeiro a se unirem na luta pela liberdade. No entanto, apesar da coragem e da determinação dos rebeldes, a revolta acabou por ser sufocada pelas forças do status. Os líderes foram capturados e submetidos a punições severas, servindo como exemplo para manter o sistema escravocrata intacto.
A Revolta dos Malês fez parte de um contexto mais amplo de resistência e luta contra a escravidão no Brasil. Desde os primeiros dias da chegada dos portugueses às terras brasileiras, a instituição da escravidão se fez presente, ceifando vidas e violando direitos humanos. Ao longo de mais de três séculos, indígenas, africanos foram vítimas da brutalidade e da exploração desse sistema desumano. No entanto, longe de serem meros objetos passivos, muitos resistiram de diversas formas.
O SINTSEF-BA acredita que é preciso recuperar a reacender a chama das lutas por liberdade do passado. Mais do que nunca, a sociedade precisa refletir sobre os impactos do racismo e da exclusão, tendo em vista as assimetrias que esses fatores nefastos ainda produzem. Aos poucos, tivemos avanços importantes em relação ao passado, mas ainda são insuficientes. Boa parte da população brasileira que vive em situação de vulnerabilidade social pode ser representada majoritariamente pela população negra, com as conhecidas restrições de acesso à educação, proteção social, moradia adequada, serviços de saneamento básico, internet, além da ocupação desordenada no espaço geográfico. A luta antirracista é compromisso de todas e todos.
A sede da ABI fica no Edifício Ranulfo Oliveira – Rua Guedes de Brito, Praça da Sé, 1 – 2º andar – Centro, Salvador – BA.
Fonte: Fundação Cultural Palmares