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CUT e CONDSEF/FENADSEF aderem à Greve Global pelo Clima

 

Esta foi a definição da CUT e demais centrais – CTB, CGTB, Intersindical, UGT e Conlutas -, da Coalizão pelo Clima – articulação que reúne quase 70 organizações da sociedade civil – e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, nesta segunda-feira (16), na cidade de São Paulo. A CONDSEF/FENADSEF e sua base também irá aderir à mobilização.

Atos estão sendo organizados em vários estados, como Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco. O objetivo principal é cobrar dos governos ações para barrar o aquecimento global, em defesa da vida e do planeta. No Brasil, além disso, a ideia é denunciar o governo de Jair Bolsonaro (PSL) que, como apontam os movimentos, está destruindo não só o meio ambiente, mas também a democracia, os direitos, os empregos e a Previdência Social.

Como aponta o Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre, o país assiste o descaso de um governo não apenas em questões como a do desmatamento, que sempre constituiu atividade central da política ambiental, mas também em relação aos direitos trabalhistas.

“Os que estão destruindo a Amazônia são os mesmos que querem destruir a Previdência Social, os mesmos que estão acabando com a legislação trabalhista. Essas pautas estão todas interligadas e estaremos juntos contra o governo Bolsonaro. A orientação a todos os sindicatos é que os trabalhadores e trabalhadoras cruzem os braços na parte da manhã do dia 20 e se somem aos atos na parte da tarde”.

Além do dia 20, a CUT e demais centrais também farão protestos no dia 24 em Brasília, data em que será votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da reforma da Previdência, no Senado. “Iremos receber os senadores no aeroporto pela manhã e depois vamos protestar no entorno do Congresso Nacional”, diz Sérgio.

 

Para a CONDSEF/FENADSEF, chamar o momento dramático em que o Brasil vive de crise é pouco. Desde 2016, o País sofre constantes desmontes do patrimônio e de políticas públicas, deliberadas conscientemente pelos chefes do Palácio do Planalto. A situação criminosa pela qual passa a Amazônia neste ano é consequência de uma opção governamental que encara os bens naturais como inimigos do desenvolvimento econômico. O tratamento que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem com a pasta do Meio Ambiente e todas as suas necessidades se assemelha muito à forma como o estadista encara o serviço público como um todo, culpabilizando-o pela má gestão que é tão somente responsabilidade do presidente.

As queimadas e o aumento substancial do desmatamento na Amazônia estão longe de serem sanados. Do orçamento federal executado em 2018, apenas 0,13% foi para Gestão Ambiental. A previsão deste ano não aponta melhorias. Isso significa não apenas que políticas ambientais são subvalorizadas, mas que a própria infraestrutura da pasta está destinada ao sucateamento por opção governamental. A preservação dos bens naturais do Brasil é de suma importância para o bem-estar social geral e de forma alguma impede o desenvolvimento econômico do País, pelo contrário.

 

Ações unificadas

Representante da Coalizão pelo Clima, Marília Cyrne ressalta que esta unidade entre trabalhadores e trabalhadoras, movimentos sociais e a agenda do clima tem sido crucial para manter uma ampla ação, como ocorreu em outros momentos.

Assim como Nobre, ela também defende uma visão holística sobre a pauta do meio ambiente e dos direitos trabalhistas. “O capitalismo é a base do problema ambiental e também a base da questão da violência contra os trabalhadores, esta que acontece em vários níveis. A única solução possível será construída coletivamente e com as bases”, afirma Marília.

 
(Fontes: CUT e CONDSEF/FENADSEF)
Foto: Roberto Parizotti/CUT
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