Para Eugênio Fernando, Coordenador de Esporte e Cultura do SINTSEF-BA, e servidor do Ministério da Agricultura, com essas atividades, o sindicato está cumprindo um papel fundamental que é o de esclarecer sua base, conscientizando-a das ameaças que estão em jogo. “Para os trabalhadores e trabalhadoras, o caminho da luta é a melhor maneira que dispomos para derrotar essa PEC da Reforma. Somente organizados e unidos na resistência é que teremos condições de pressionar deputados e senadores e assegurar a defesa dos nossos direitos”.
Nesta sexta-feira, 20, os trabalhadores e suas entidades sindicais, centrais e movimentos sociais e populares voltarão às ruas no dia da Greve Global pelo Clima. O SINTSEF-BA, a CONDSEF/FENADSEF e a CUT já confirmaram a adesão. Ao lado de pautas ambientais também estarão bandeiras em defesa dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e contra o desemprego. Em Salvador, uma caminhada está agendada para as 9h da manhã, com saída prevista do Campo grande.
O DIEESE tem alertado que as mudanças previstas no atual texto da PEC vão afetar toda classe trabalhadora, em especial, homens e mulheres que possuem menores salários e via de regra estão em situação maior de vulnerabilidade em ocupações precárias. Nem as regras de transição protegem os trabalhadores.
As mazelas do mercado de trabalho brasileiro vão se fazer sentir. Dado de 2015 aponta que 56% dos homens aposentados por idade no Brasil não tinham conseguido ultrapassar mais de 20 anos de contribuição. Com as novas regras, dificilmente alguém conseguirá cumprir as exigências para alcançar integralidade na aposentadoria. Além disso, há prevista perda considerável do valor nominal das aposentadorias de todos os brasileiros.
A Supervisora do DIEESE afirmou que, na realidade “para a pessoa receber 100% daquilo que poderia, teria que contribuir por 40 anos. Pois os primeiros 20 anos garantem apenas 60% do valor que seria o total. Para receber os 100% teria que trabalhar mais 20 anos, pois a cada ano trabalhado incorpora-se mais 2% sobre esse valor”.
Ela destaca, ainda, que é possível dizer, sem exagero, que toda a sociedade vai ser atingida de forma bastante dura pela Reforma. “No entanto, alguns setores populacionais acabam tendo um ônus maior”, adverte. “Começando pelas mulheres, que vão ter um tempo maior de contribuição. A princípio parece pouco, mas uma idade mínima menor não é um privilégio para as mulheres, porque além de ter uma dificuldade maior no mercado de trabalho, a taxa de desemprego mais alta, tem dupla jornada de trabalho que não é remunerada”, explica.
(com informações da CONDSEF)
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