06/06/2022 – Após solicitação do SINTSEF-BA – Núcleo Nordeste, uma nova Audiência Pública na Câmara Municipal de Serrinha será realizada nesta quarta-feira, 08/06, sobre a questão do estoque irregular do pesticida Malathion em Serrinha-BA. Convocada pela Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, que tem o deputado estadual Marcelino Galo como representante, a audiência “O veneno Malathion – 27 anos de descaso” deverá discutir a questão do veneno acumulado em depósito na Central de UBV – Unidade de Baixo Volume de Serrinha. O depósito irregular de produtos químicos destinados ao controle de mosquitos causadores de arboviroses, especialmente da substância “Malathion” já foi debatido em outra Audiência Pública na Câmara do município, no ano passado, mas a sociedade ainda espera uma solução definitiva para o problema, que se arrasta há 27 anos. A substância é altamente tóxica e pode causar problemas de saúde para a população e graves impactos ambientais na região.
O Malathion é usado para combater o mosquito da dengue. Em Serrinha, estoques do produto encontram-se num depósito da UBV aguardando há 27 anos o descarte adequado. Os resíduos estão acondicionados em várias bombonas e acidentes acontecem com frequência no local. A exposição ao calor, o tempo de armazenamento e o próprio contato com o produto químico ajudam a corroer os recipientes e favorecem os vazamentos. O veneno contamina o solo e o ar, trazendo graves impactos no meio ambiente e para a população. O SINTSEF-BA alerta que a exposição ao produto pode trazer consequências trágicas. Em 1996, no Espírito Santo, a dedetização equivocada de uma unidade de saúde no município de Serra atingiu cerca de 150 pessoas e levou à morte pelo menos 11 delas, intoxicadas pelo produto utilizado no procedimento.
No caso de Serrinha, os riscos de atingir o lençol freático não estão descartados. Por conta dessas implicações, o SINTSEF-BA articulou-se com outras entidades locais e instituições ambientais na mobilização para que os responsáveis deem a devida atenção ao caso. Foi graças a essa interlocução que a Frente Ambientalista atendeu ao chamado do sindicato, esteve no local em 2021 e promoveu a primeira audiência pública e segue na luta, cobrando desdobramentos dessas ações. A nova Audiência Pública é mais um exemplo desse esforço.
Além da Secretaria Estadual de Saúde/DIVEP, o Ministério da Saúde e os representantes da Bayer são os responsáveis pelo descarte. Até lá, o sindicato seguirá na luta não apenas pela causa ambiental, mas também para garantir políticas públicas que protejam os trabalhadores e a população da área afetada.