12/08/2024 – Nesta segunda-feira, 12 de agosto, a partir das 14h, na Praça da Piedade, em Salvador, a Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) realiza um ato público para celebrar a passagem dos 226 anos da Revolta dos Búzios na Bahia.
A atividade integra o calendário de lutas do Agosto Negro, que celebra as datas negras históricas referenciais do mês de agosto. Praças como a Piedade ou o Campo da Pólvora, na capital baiana, têm enorme importância para o povo negro, pois foi nelas que foram executados os heróis e mártires das revoltas populares pela libertação dos escravizados.
A Revolta dos Búzios, ocorrida na Bahia em 1798, é um dos mais importantes acontecimentos da história do Brasil, quando centenas de homens negros planejaram um Levante com o objetivo de derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão.
O movimento foi denunciado antes da sua deflagração e o governo instalou uma Devassa que durante 15 meses e mobilizou a cena política regional, atingindo os conspiradores com prisões, degredo perpétuo, condenações de açoites públicos e até a pena de morte. A sentença máxima se abateu sobre quatro homens negros: Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, enforcados e esquartejados na Praça da Piedade, em 1798.
A revolta é conhecida também por outros nomes: Revolução dos Alfaiates, Conjuração Baiana, Sedição de 1798, Movimento Democrático Baiano e Inconfidência Baiana. O SINTSEF-BA, que já foi parceiro da CONEN nessa mesma celebração em anos anteriores, defende que o regate histórico deve seguir acontecendo, principalmente nestes tempos em que grupos especificos tentam negar ou reescrever a história conforme seus próprios interesses politico-ideologicos.
Precisamos mostrar para a população quem foram nossos heróis e heroínas. Quem esteve no campo de batalha pela liberdade e pela justiça social na Bahia. A Revolta dos Malês foi muito importante para nós, com uma intensa capacidade de organização.
Os revoltosos de Búzios e todos e todas que lutaram pela independência, por uma república democrática e pelo fim da escravidão, merecem ter sua memória preservada.
