SINTSEF-BA ENDOSSA AÇÕES DO JULHO DAS PRETAS

30/07/2024 – O SINTSEF-BA participou, no último dia 25 de julho, em Salvador, da Marcha das Mulheres Negras para celebrar a luta por reparação e bem viver. A Marcha, que aconteceu na mesma data reconhecida como o Dia da Mulher Afrolatino-americana, Afrocaribenha e da Diáspora, foi um dos pontos principais das atividades do chamado Julho das Pretas.

Em 2013, insatisfeitas com as homenagens vazias que se acumulavam desde 1992, além dos certificados em papel que não resultavam em mudanças efetivas para realidade vivida pelas mulheres pretas no Nordeste do Brasil, o Odara – Instituto da Mulher Negra, organização negra feminista, centrada no legado africano, sediada em Salvador, resolveu convidar outras organizações de mulheres negras da Bahia para realizar algumas atividades durante o mês de julho. O intuito era chamar atenção para situação desse segmento e debater sobre os problemas vivenciados por elas.

A iniciativa do Julho das Pretas, desde então, tem procurado pautar ações políticas e sociais das mulheres negras no Brasil. Em 2024, abriu caminho para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que ocorrerá em novembro de 2025, em Brasília, e que pretende reunir 1 milhão de mulheres negras em marcha na capital federal.

Em um texto publicado em sua página, a CONDSEF/FENADSEF lembrou a importância de políticas afirmativas, antirracistas e defendeu mais uma vez a presença cada vez mais ampla das mulheres negras no serviço público. Por isso, essa Agenda Negra precisa ser inserida no cotidiano sindical, na agenda geral da classe trabalhadora.

A esse respeito, a CONDSEF/FENADESF destacou um artigo publicado por integrantes do Coletivo de Mulheres Negras Servidoras e Empregadas Públicas do Governo Federal, Dalila Fernandes de Negreiros e Ana Julieta Teodoro Cleaver que propõe uma reflexão sobre o tema.

[+ Leia o artigo: A lei de cotas para a representatividade de mulheres negras no serviço público https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/03/6815282-artigo-a-lei-de-cotas-para-a-representatividade-de-mulheres-negras-no-servico-publico.html ]

“Em 2023, as pessoas negras correspondiam a 40,5% dos servidores públicos da administração pública federal, segundo Observatório da Presença Negra no Setor Público. No início do ano 2000 essa presença era bem menor. Para cada 100 novos servidores do Executivo Federal, apenas 17 eram negros. A Lei de Cotas foi e continua sendo um importante divisor nesse cenário, mas ainda há muito que caminhar para seguir ‘enegrecendo’ cada vez mais os espaços. São ainda as mulheres negras que precisam lutar mais para conquistar valorização.”, resume a CONDSEF/FENADSEF.

A classe trabalhadora tem cor e gênero que não podem ser ignorados. “Sem mulheres pretas não há serviço público”, afirma Erilza Galvão, Secretária de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da CONDSEF/FENADSEF e Coordenadora de Formação do SINTSEF-BA. Ela lembra que os encontros, seminários, oficinas, atos e manifestações promovidos pelo Julho das Pretas precisam ser cada vez mais destacados, pois nos ajudam a debater, a encarar de frente nossa ferida histórica, a dialogar com a militância, com as mulheres negras e a juventude sobre as tarefas e lutas que precisamos encampar contra o racismo, o sexismo e o capitalismo predatório.

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