Greve nacional na EBSERH começa com boa adesão

A greve dos trabalhadores da EBSERH começou nacionalmente nesta segunda-feira, 06/05, em 20 estados brasileiros e apenas o Rio Grande do Sul ficou de fora. Por conta da calamidade das enchentes, sabendo que o momento exige assistência total dos profissionais de saúde à população, a categoria optou por recuar da adesão inicial e ficar em estado de greve. Santa Catarina se antecipou e começou o movimento no último dia 02/05. A greve ocorre pelo não atendimento das reivindicações da categoria, negociações que não avançam e propostas da EBSERH que somente retiram direitos. Serão mantidos os serviços essenciais e inadiáveis, pois a categoria é consciente de suas responsabilidades.

O SINTSEF-BA esteve hoje pela manhã nas duas unidades onde a EBSERH presta atendimento, em Salvador – a Maternidade Climério de Oliveira (COM) e o Hospital Universitário Professor Edgar Santos (HUPES, o Hospital das Clínicas). Em assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras presentes, os dirigentes informaram que o sindicato cumpriu todos os encaminhamentos necessários para a validação jurídica do movimento, a partir das orientações nacionais. Além das ações político-organizativas para a categoria, sobre como proceder e como se organizar, foram feitos ofícios às superintendências, explicando a partir de quando seria a greve, que ela é nacional e os seus motivos. Também cumprindo os prazos e exigências da legislação vigente, foi publicado um comunicado oficial em jornal de grande circulação.

Por conta disso, gestores das duas unidades da Bahia chamaram o sindicato e representantes dos (as) trabalhadores (as) para uma reunião que tratou das dúvidas e receios pertinentes ao momento, seja por parte da MCO, hospital que está na regulação do SUS no estado, ou do HUPES, que também atende parcialmente por regulação. A ideia da categoria é tratar apenas os pacientes já regulados e tentar barrar os novos (ou ao menos diminuí-los), já que manter a regulação nos mesmos níveis implica em continuar com atendimento, o que não ajuda ao movimento. A gestão dos hospitais comprometeu-se em buscar a Secretaria de Saúde do estado e ver o que pode ser feito nesse aspecto.

Ainda seguindo a legislação, a área que trabalha com serviços essenciais, de situações mais críticas e sensíveis, manterá o atendimento com 30% da equipe. Os demais 70% permanecem na greve. Cada comando de greve avaliará a característica de sua unidade hospitalar e o atendimento pra fazer a sua escala pra dizer no dia-a-dia quem está na greve e quem está no trabalho.

A tarefa não é fácil, mas montar a escala é essencial para o sucesso do movimento grevista. ”As escalas e a avaliação do que é essencial ou não, devem ser feitas levando em conta as especificidades de cada unidade hospitalar e com sensibilidade, assegurando tanto o direito do trabalhador de fazer greve quanto o da população de ser atendida”, lembrou Erilza Galvão, Coordenadora de Formação Sindical do SINTSEF-BA. São as duas pontas prejudicadas num movimento de greve.

Pedro Moreira celebrou a boa participação da categoria nesse primeiro dia e destacou a importância do diálogo. “A greve é um instrumento legítimo da classe trabalhadora garantido pela Constituição, na luta por melhores salários e condições de trabalho, mas cuja eficácia está sujeita a uma série de procedimentos que precisam ser cumpridos”. Quanto maior for a pressão da categoria, maiores serão as chances de atendimento das demandas represadas.

Confira em nossa página as imagens do primeiro dia de greve em Salvador.

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